segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Reconciliação

Quando se quebra o encanto,  a reconciliação é forçar, é querer o que já não pode existir.
Será que insistíramos numa ilusão acreditada? Existirão reconciliações? Ou apenas pactos de interesse mútuo?
Conversa-se, mas não há entusiasmo, o olhar já não brilha, os lábios não sorriem.
Sente-se nas mãos, a frieza; na expressão, a amargura; no olhar, a tristeza. Tudo acabou...
Não é fácil desenhar uma máscara que disfarce o nosso ressentimento, e a memória do nosso sofrimento.
Tal como um vinho inebriante que se transformou em vinagre,  o beijo azedou...
As mãos mordidas têm dificuldade em voltar a acariciar...

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Encanto Quebrado

Já nada é a mesma coisa... Até os locais do nosso encontro parecem descoloridos.
Olhamos para a outra pessoa...Que desencanto!
Vermos o Diário que é nosso, rasgado em bocados, como a nossa história de amor, como se fosse um fantasma incómodo, um delito, que nos esforçamos por esquecer, por destruir, por nos livrarmos dele.
Evitar-mo-nos encontrar. Começarmos a adiar os reencontros, inventando todas aquelas desculpas que sabemos tacitamente fazerem parte desse distanciamento desejado, mas nem sempre assumido.
E depois, quando nos cruzamos, ignorar-mo-nos como estranhos. E se formos apresentados fazermos de conta que não nos conhecemos, evitando olhar nos olhos ou tocar nos dedos. Um formal "-Prazer em conhecer".
Estranhos...