segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Amortecimento

O Outono parece ser um tempo de abrandamento.
Há um amortecimento na vida; nesta fase da vida.

Há partes de nós, que irrigámos, e que já não nos fazem falta:
podemos retirar-lhes a seiva, e deixá-las caír...

Em tudo isto há uma gestão de caudal de energia alocada.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Desilusão

Ainda me recordo de ver nas Feiras, uma casa pré-fabricada em cuja fachada se podia ler: Comboio Fantasma. Era para as crianças se divertirem.
Andava-se sentados dentro dumas carruagens, e iam aparecendo coisas: esqueletos, teias de aranha, etc..
Um dia, andava a passear pelo lugar da feira e...espreitei por uma porta que estava aberta, e vi o interior, e o tal comboio e os artefactos que apareciam.
Tudo uma ilusão.
As desilusões podem ter custos, mas tornam-me mais consciente.
Às vezes a minha vida parece um daqueles comboios, assim cheia de aparições, e afinal vista duma porta aberta que mostra o interior, não era nada.
...ilusões

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Foi

Desde muito novo que me apercebi que as coisas que eu construía eram destruídas por forças fora do meu controle, e mesmo do meu conhecimento.

Ainda me recordo das "Fortalezas" feitas com areia, na praia. 

De repente lá aparecia uma onda, destruía e levava um bocado...e eu voltava a pegar em mais areia e reparava a falha.

Em breve as ondas eram mais fortes e levavam mais areia, chegando a galgar os muros mais altos.
Ao fim de pouco tempo a água passava por cima de tudo.
Um pouco mais, e no local onde estivera uma fortaleza de areia, estava areia lisa,
como se nada tivesse sido feito,
como se nada tivesse acontecido.

Isto já me voltou a acontecer muitas vezes.

(Já alguma vez viram a expressão duma criança que passa por isto?)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sentado


estive sentado
a ver caírem folhas secas

surpreendi-me com a compreensão
tudo tem uma razão de ser
até mesmo o cair duma folha seca
 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Aniversário 01

Sexta-feira, 24 de Setembro de 2010


Abertura

Já cá estou! 

(Manter o Post de inicio, como referencia histórica)
*
Pois é, no dia 24 de Setembro de 2011, este Blog fez um ano!...
Agora é tempo de reflexão acerca do que foi feito.

Manter a data deste Post e ir desenvolvendo.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A Casa e as Férias

Tenho reparado que há uma relação entre o tipo de casa em que as pessoas vivem e a apetência acerca de Férias...

Há pessoas que estão quase sempre em viagens. Aproveitam todas as oportunidades para irem a algum local, seja no Verão, no Natal, na Páscoa, nos fins de semana prolongados, visitar alguém. Todos os pretextos servem para fugir de casa.

Eu escrevi fugir? É o que me parece, porque já fui convidado para casa de alguns, e as casas deles são um pouco sombrias, inóspitas mesmo. E quando voltam de Férias...que quantidade de recordações, de Diários de viagens, de Fotos, que depois também nos enviam por e-mail. E temos que ler ver e ouvir aquilo tudo, e de nos maravilharmos a cada narrativa...

Há pessoas que pouco ou nunca viajaram, nem fazem disso tema de conversa. Vivem em casas simples com decorações muito harmoniosas, todo um ambiente de conforto, de bem estar. Quando nos convidam, é para conviver um pouco. Talvez tomar um chá e conversar acerca de nós, da vida, e coisas assim. Está-se bem em casa deles e com eles. 

(Para me conhecerem ainda melhor digo-vos que dou preferência ao convívio com pessoas simples, com quem converso acerca de coisas que fazem parte de mim e do meu quotidiano.)

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

De Geração em Geração

Este fim de semana, dei um passeio para arejar um pouco.

No meu deambular, passei junto a uma senhora que estava com uma criança, à beira de um lago, onde havia diversas aves aquáticas. A senhora pegava em algo de um saco e dava para a mão da criança, que depois dava às aves do lago.

E eu recordei a minha aprendizagem deste processo. E interroguei-me:

Que rito será este, que passa de Geração em Geração? O que é de facto transmitido?

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Dois Feijões - Dois Destinos

Pois é...aproxima-se um novo ciclo anual pleno de oportunidades de crescimento.

E pensando eu sobre isto, ocorreu-me uma brincadeira do tempo das minhas primeiras idades. 
É que lá na minha escola quando um aparecia com uma novidade, os outros iam todos atrás, havia que aprender a fazer aquilo... Desde fazer criação de animais até esta experiência, que nos ensina muito.
Eu sei que é muito conhecida, quero apenas registar a minha recordação.

Arranjam-se dois pequenos vasos, e coloca-se-lhes terra.
Pega-se em dois feijões, e a um chama-se "bonito", ao outro chama-se "feio". Semeia-se cada um no seu vaso.
Vai-se regando, e à medida que os feijões vão crescendo, fala-se para eles, separadamente.
Ao feijão "bonito": vai-se-lhe dizendo que é bonito; que está a crescer bem; que é agradável estar na presença dele; etc.. Tudo coisas positivas, construtivas.
Ao feijão "feio": vai-se-lhe dizendo que é feio; que está a crescer mal; que é desagradável estar na presença dele; etc.. Tudo coisas negativas, destrutivas.

O resultado...só visto!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

À deriva

Aconteceu numa terra distante...
A família ficara ao fundo de uma linha de comboio; os amigos antigos tinham partido e os novos ainda não tinham chegado; aquela que fora uma luz para o meu coração, extinguira-se...para sempre. E eu estava num silencio, feito de ausências e de cenários obsoletos.
Saí para o meio das pessoas.
Encontrei uma cidade cinzenta, cruzei-me com vultos assombrados, e no meu deambular, caminhando à deriva, achei-me numa paragem de autocarro...

Será que me perdera; que me enganara no meu caminho? Ou seria por este meio que o haveria de encontrar?
Dei comigo numa Paragem de Autocarro, a olhar para a placa, junto a algumas pessoas, cujos traços do rosto faziam lembrar as linhas dum outono cristalizado.
Uma placa cheia de números de linhas e de destinos, que também era uma tabela de probabilidades, tornara-se o centro da minha atenção. Conforme o autocarro em que entrasse, assim seria a minha vida futura. Cada autocarro: um Destino. Tomei consciência disto! Há uma decisão...de consequências irreversíveis, mesmo para um passeio de Domingo à tarde.
Não me recordo se tomei algum autocarro. Teria voltado para trás? Para trás? E se tomara, o que acontecera? E se seguira numa das outras linhas?
Gosto de recordar a simplicidade em que clarifiquei a consciência disto.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Um Burro no meio da ponte (Resolução)

Equidistância
A temática da equidistância é uma abordagem subsidiária à compreensão do estado do Burro.
Mx Nula
O Burro fica num ponto zero, feito de zeros.
Sacrifício
Na escolha está implícita a renúncia. Uma oportunidade renunciada, e o que poderia ser obtido a partir dela. Também o sacrifício de uma parte para obter a outra.
Simultaneidade
O Burro na sua reflexão empenhada na descoberta, no encontrar duma continuidade para a situação, pensou também na simultaneidade. Isto é, em vez da saída, ou da exclusão de ambas as hipóteses, ambos caminhos, porque não a simultaneidade de ambas. Evita o Sacrifício, que implícita perdas, e vive as duas. Será possível? Em que medida?
Arreatas
Puxado por duas arreatas, uma de cada lado? E porque não fixar uma à outra, deixa-las em tensão, e sair dali deixando os dois lados a puxarem-se? Ou nem isso, apenas em equilíbrio de forças...

Dilema Resolvido!
Claro que o Burro sabe muito bem como resolver este tipo de Dilema.
Salta da ponte e segue em frente!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Aproveitar as Férias

Acredito eu, e porque já vivi as férias de diferentes modos, que devem ser aproveitadas para pelo menos quatro coisas que me fazem sentir melhor:

- Um doce nada fazer. No inicio e no fim do período de férias.
- Limpezas e arrumações.
- Balanço à vida.
- Resolver todas aquelas burocracias pendentes.

Até agora deu excelentes resultados.

Be Happy!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Férias 2011

E a nossa lista de coisas para levar para as Férias...
Já tenho visto carros em viagem que até parece que vão mudar de casa.
Custa-nos tanto a separar das nossas coisas...especialmente as mais pessoais....
A experiência que eu tenho, é de que a maior parte das coisas só servem para andar o caminho, nem chegam a sair dos sacos. Mas nos anos seguintes é a mesma coisa...voltar a listar tudo e que não esqueça nada!
Nalgumas vezes, escassos quinze dias que passam antes de terem começado.

O Autor deste Blog deseja a todas as suas Leitoras e Leitores, umas Boas Férias...

Mas a Publicação semanal às Segundas Feiras mantém-se. Tanto mais que há algumas pessoas que me lêem pelo Smartphone, e este está sempre na Checklist. 
E daqui a pouco já cá estamos de novo, para a próxima *Bonne rentrée!*

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Tesouros da infância

Aprendera eu, ainda na minha infância, e pela mão do meu venerável avô, a visitar os animais que vivem nos lagos dos espaços ajardinados da cidade. Para além do recreio do passeio e da boa conversa, motivava-nos a partilha de alguns bocados de pão com toda aquela bicharada...
Aconteceu que o tempo passou, e o meu avô partiu deste mundo, mas deixou-me este rito, que também é recordativo dos bons momentos que passámos, e que perpassando no tempo, ainda reverbera nestes dias em que ainda vivo nesta terra.

Entretanto "iniciei" outras pessoas, que eram meus colegas, e que apesar da reconhecida infantilidade do gesto, que para eles não era um rito, nele acabaram por manifestar grande gozo. E em breve, eram eles a recordar que deveríamos guardar alguns bocados de pão do nosso almoço, para que na nossa passagem pelo lago, os déssemos à bicharada, que com o tempo parecia já nos reconhecer...

(Vocês haviam de se deliciar a apreciar o entusiasmo e a alegria de três indivíduos, já com alguma idade, a partir o pão e a atirar para os patos, cisnes, e outros!...)

Atenção às referências da infância!
São como tesouros que nos puxam para nós próprios...

segunda-feira, 11 de julho de 2011

jogar às escondidas

Para chegar a horas à escola ofereceram-me um relógio, que era de corda e com mostrador analógico. Pois bem, munido deste precioso instrumento já me podia apresentar a horas nas aulas, e descobri uma nova perspectiva do mundo: o tempo medido ao minuto, e esta medida facilmente acessível, e no meu pulso.
Já naquele tempo eu era adepto de honrar os meus compromissos, e de o fazer com pontualidade. Aconteceu que me apercebi que havia pessoas que adiantavam o relógio dez (10) minutos para não se atrasarem, para chegarem a tempo. E eu, na minha imaturidade e irreflexão, segui-lhes o exemplo: adiantei o meu relógio os tais dez minutos...
A certa altura apercebi-me que eu sabia que o relógio estava adiantado, e que para saber que horas eram, eu tinha que subtrair dez minutos à hora lida no mostrador...Então havia dois em mim...um sabia que o relógio estava adiantado, e o outro não sabia...
Claro que a partir daí passei a usar o relógio na hora certa, sem os tais dez minutos.
Será que se poderá chamar a isto: "jogar às escondidas consigo próprio"?...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Semear para Colher

Cuidado com o que se oferece, e à intenção associada.
Porque...poderá voltar a nós.


Será que temos nisto um meio de probabilizar o nosso Futuro?

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Um lindo bébé

Pois é...
voar juntos, catar-se...
e aparece um lindo bébé gaivota:
...que tão misteriosamente apareceu, como desapareceu...
A última vez que o vi foi ao raiar da aurora do dia seguinte ao aparecimento, e estava entre as patas duma gaivota adulta, que presumo o tenha levado para outro local.
E deixou esta bela imagem, que talvez poucas pessoas tenham visto a menos de um metro, e que partilho convosco.
Quero em crer que foi um privilegio que me foi concedido pelos deuses, por eu gostar de Gaivotas.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Voar juntos

Nestes últimos dias, do ponto alto onde moro, e com os binóculos, tenho presenciado autenticas histórias de amor. Tenho observado as gaivotas.
Elas estão ao lado uma da outra durante muito tempo, tocam-se nos bicos, catam-se, voam juntas lado a lado. É bonito de se ver.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A última ilusão

As ilusões acreditadas ajudam a viver o quotidiano e a andar em frente...é verdade!

Ao longo da vida vai-se tendo ilusões, e essas ilusões vão sendo desfeitas. E o desfazer da última ilusão é o mais perigoso de todos, porque a partir daí poderá ser...o vazio. É como quando um cenário se rasga e apercebe-mo-nos de que estamos num deserto.

A última ilusão é talvez aquela a que instintivamente nos agarramos com mais força, como que pressentindo a perda de referencias, como se fosse a última ancora.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Molho

Uma receita de um delicioso molho de mesa:
Ingredientes:
Azeite
Sal grosso (não refinado)
Alho
Malagueta verde
Modus faciendi:
(As proporções são a gosto)
Numa taça de vidro ou porcelana, verte-se algum azeite, e junta-se-lhe sal grosso.
Fatiar malaguetas verdes em pequenos discos, e deitar para a taça.
Fatiar dentes de alho descascados e deitar para a taça.
Depois...
Barra-se sobre peixe, carne...
Ou sobre uma tosta...

Há quem diga, com um brilho no olhar e um sorriso muito grande, que eu, quando quero, faço coisas que sabem muito bem!

Princesa, estás-me a ler?  :)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Família

Descobrir o Homem, para além do (Familiar) Pai.
-E tentar compreende-lo.
Descobrir a Mulher, para além da (Familiar) Mãe.
-E tentar compreende-la.
Porque afinal ser Pai ou Mãe é apenas uma valência; é uma parte da vida deles. Eles são muito mais do que isso.

E assim, gradualmente, eu vou tentando,
decifrar o Mysterium familiar;
rasgar o Koan que esta vida me propõe;
resolver esta Equação em ordem a todas as variáveis.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

E se...

E se não há nada para fazer?
E se não há objectivos?
E se tudo o que se quer fazer, não passa de ilusões acreditadas, caminhos que se inventam?
E se afinal não havia nada a fazer, a cumprir, não houve nunca sucesso nem fracasso. Não há motivo para alegria ou tristeza sobre o passado. Tudo teve uma razão de ser. 
Lamentos? Inquietações? Ansiedades?

A cenoura à frente do burro, é inatingível! A Taça é de barro!
E a vassoura da expiração tudo varre...

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Observações

-Cruzo-me com muita gente que parecem figuras tiradas do Cinema, de Romances, das capas dos Discos...e talvez da Banda Desenhada.
-Há muita gente a vender coisas que ninguém precisa.
-Há muita gente que conversa sobre coisas que não interessam a ninguém. Talvez nem a eles próprios.
-Há muita gente pelas ruas e pelas esquinas; que não faz nada; pasmada para pontos de fuga virtuais, e montras de lugares comuns e inutilidades; falando de coisas de que só eles sabem o significado...se sabem.
-Há muita gente a andar de carro...sem ir a parte alguma.
-Há Pombos que voam...em círculos.
-Há horas de Almoço, de repouso e suspensão, entre duas rotinas. Está-se como quem está; come-se como quem almoça; fala-se como quem conversa. É o Fim de Semana interrompido.
-Há os pregões imperceptíveis, que ferem o silencio feito de ruídos padrão, e a que quase ninguém dá atenção, nem demanda o oferecido.
-Felizmente há Gaivotas...e voam.
-Há crianças a brincar nos jardins. Bom sinal.
-Há dias ouvi o bater de asas dos pássaros.
-Hoje vi cintilações nas gotas de água, nas folhas das árvores. Agora compreendo melhor o desejo daquela Princesa que queria um colar feito com gotas de água.
Será que ela me está a ler?  :)

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Mestre Plátano

Uma das Árvores que mais me tem inspirado reflexão. Por ser de folha caduca, e estar relativamente bem sincronizada com o ciclo do Sol, ela marca os equinócios, e faz-me lembrar o que se passa connosco ao longo das quatro estações do ano, e também das nossas idades.
Nestes dias, já se podem ver os gomos apicais anunciando o rebentar da folha. Sinais!...

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A 30 Graus da Primavera

Passeava-me eu desinteressadamente, a esta distancia angular,
quando senti um relâmpago duma beleza imensa:
É que as Camélias recordam-me a intimidade feminina...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Processo irreversível

Éramos tão indispensáveis! Éramos o centro de tantas coisas! Tantas pessoas dependiam de nós!...E afinal morre-se, e as coisas continuam, e as pessoas continuam, sem nós, e talvez até melhor...
Estamos num processo e em contagem decrescente para o fim.
Temos um precioso sinal: a degradação irreversível indica-os que estamos a caminhar para o fim.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Que bom! Uff...

Neste anoitecer de veludo antracite, deixa-me falar-te um pouco de mim:
Sinto-me como um velho gato angorá, que depois duns dias aos pinotes com uns e nas corridas com outros, volta para a sua alcofa, deita o focinho entre as patas e adormece sossegado.
Que bom! Uff...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Afinal, não apareceu


Este título e este texto não me parecem ter interesse...banalidades

E depois, o cruzar do olhar, o sorriso discreto cúmplice, as mãos que se tocam, um raio que rasga por dentro, inflama.
Beijo-te suavemente o canto dos lábios, ao de leve, enquanto os teus olhos se fecham devagar, e sinto os teus ombros descontraírem-se entre as minhas mãos, e eu deixo tudo para sentir a tua respiração quente, e o acetinado dos teus lábios que me encantam e deliciam...
E acredita-se que enamorar-se­ volta a ser possível...
Uma nova pessoa que aparece, mais uma vez não se sabe donde, e tudo recomeça para no fim acabar...Será que termina, e fica a ausência, o desgosto, a solidão?
Será que a vida aqui é assim mesmo?

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Cicatriz dilacerada

­­E que sentimos quando surge uma terceira pessoa, que rompe esta cumplicidade silenciosa? A fronteira dum abismo de desespero?
Quando ela surge...agora sim, está-se sozinho.
Uma cicatriz dilacerada, uma ferida aberta, uma dor de fundo, que ensombra a nossa vida. Supura um pus que envenena subtilmente os nossos melhores momentos, as nossas melhores relações...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Pelo canto do olho...

E porque conhecemos as mesmas pessoas, e porque frequentamos os mesmos locais: fatalmente nos reencontramos. E o esforço que nós fazemos para não cruzar o olhar; para não falar um com o outro; para não ficarmos a sós.
Nesta cumplicidade silenciosa, existe o conforto da presença do outro, e especialmente sabermos que não tem alguém. Será que ainda crepita uma secreta esperança nas cinzas que ficaram?
Pelo canto do olho...olhamo-nos através dos espinhos.