segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Desilusão

Ainda me recordo de ver nas Feiras, uma casa pré-fabricada em cuja fachada se podia ler: Comboio Fantasma. Era para as crianças se divertirem.
Andava-se sentados dentro dumas carruagens, e iam aparecendo coisas: esqueletos, teias de aranha, etc..
Um dia, andava a passear pelo lugar da feira e...espreitei por uma porta que estava aberta, e vi o interior, e o tal comboio e os artefactos que apareciam.
Tudo uma ilusão.
As desilusões podem ter custos, mas tornam-me mais consciente.
Às vezes a minha vida parece um daqueles comboios, assim cheia de aparições, e afinal vista duma porta aberta que mostra o interior, não era nada.
...ilusões

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Foi

Desde muito novo que me apercebi que as coisas que eu construía eram destruídas por forças fora do meu controle, e mesmo do meu conhecimento.

Ainda me recordo das "Fortalezas" feitas com areia, na praia. 

De repente lá aparecia uma onda, destruía e levava um bocado...e eu voltava a pegar em mais areia e reparava a falha.

Em breve as ondas eram mais fortes e levavam mais areia, chegando a galgar os muros mais altos.
Ao fim de pouco tempo a água passava por cima de tudo.
Um pouco mais, e no local onde estivera uma fortaleza de areia, estava areia lisa,
como se nada tivesse sido feito,
como se nada tivesse acontecido.

Isto já me voltou a acontecer muitas vezes.

(Já alguma vez viram a expressão duma criança que passa por isto?)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sentado


estive sentado
a ver caírem folhas secas

surpreendi-me com a compreensão
tudo tem uma razão de ser
até mesmo o cair duma folha seca